quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Perca teus olhos sobre o meu torso
que eu viajo em teu clítores
veja meu vai em vem e caminhe comigo

venha pra ser
o que tiver
nada que a sociedade impõe
uma pele arrepiada embaixo da camisa

venha pra ser
e seja
e faça
e prenda-me em as tuas pernas

o restante é por minha conta
meu crédito à vista


seja quem tiver de ser
mas não me tire daqui

grito pela ponta da língua
teu suor suja meu corpo
e façamos de dois uma soma que dá um

apenas venha
meu cigarro está acabando na espera
venha!
e grite! acorde os vizinhos com o teu orgasmo
eu não me importo
o amor é só uma flecha errada de um tapado qualquer
vagabundo traiçoeiro
que me acertou enquanto pegava o ônibus
o metrô
a banca de jornal
o cigarro do bolso
me acertou
e acertou-me

filho dum puto qualquer

agora é sua vez de vir
desnuda, espero
e imploro
por mais do teu vício


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