domingo, 31 de agosto de 2014

Para uma pessoa que não sofre mais com estes olhos.

Foi entre os livros que me perdi, a solidão gritante apalpava meu âmago e o surrava, surrava como um vicking raivoso a esbravejar a clava. Os livros observaram a minha desolação. Por um momento pude jurar que vi as letras dançarem um trovadorismo antigo ao meu redor, envolvendo-me em uma esquizofrenia cômica. Espirrei. E abracei. Abracei Shakespeare, não sei, talvez John Green e sua pequena grande Hazel, ou não, eu não tenho certeza. Logo as lágrimas me cegaram e caí, tropecei em meus pés e fui de encontro ao chão. Por algum motivo, sorri. Sorri como criança, sorri como a namorada saudosa, sorri como uma boba, sorri para J.K. Rowling, sorri para Stephen Chbosky, sorri para as páginas amassadas, para a poeira, para o teto, para as minhas lágrimas que continuavam a cair e até para a minha tristeza. E de repente, uma gargalhada infantil escapou sem permissão por entre meus lábios. Ora, teimosa, como a tristeza ousou lhe deixar sair? Mas lembrei novamente dele, do seu olhar paterno, do seu sorriso grande que me devorava, das suas músicas calmas, do seu jeito quieto e lembrei do porquê das lágrimas. E elas voltaram a arder.

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